Carol Reed (Londres, 30 de dezembro de 1906 — Londres, 25 de abril de 1976) foi um dos grandes diretores de cinema britânico. Carol Reed ganhou o Oscar de melhor filme pela sua versão cultuada do Oliver Twist em: Oliver!
Fez inúmeros filmes de sucesso a lista completa se segue a baixo:
Link da carreira: http://www.imdb.com/name/nm0715346/
Mas vou analisar a carreira dele a partir de dois filmes que vi recentemente: O condenado (Odd Man Out (1947)) e O terceiro homem (The Third Man (1949)). Ambos são exemplos de excelência na construção de filmes noir (policiais, espionagem, personagens femininas fortes e cheios de mistérios).
Aspectos comuns da obra Reed: A julgar pelos dois filmes é notável o papel das crianças em seus filmes. Em ambos os filmes tem crianças que aparecem para pegar uma bola e depois posteriormente se tornam importantes para trama. E com certeza em Oliver!(não vi) as crianças devem ter um papel de destaque, uma vez que o principal personagem do filme é um garoto pobre e órfão. Essas crianças se encontram nos filmes dele como um elemento de reflexão para lembrar aos personagens envoltos em tramas complexas e muitas vezes de ética questionável a inocência perdida. Assim como elas levam telespectador a pensar onde encaixa ou como é insólita a presença dessas inocentes criaturas, que brincam sem se preocupar com resto, em relação a toda aquela pobreza e falta de expectativas. Enfim um lampejo de esperança em meio a pobreza e violência.
Ambos filmes também tem um jogo de sombra e luz espetacular em sua fotografia preto e branco o que ressalta o clima de suspense e cinema noir. E suas principais cenas acontecem meio a escombros, periferias, esgotos, etc.
Dizem que a obra de Reed é de grande influencia para Roman Polanski (Bebe rosimary, Repulsa ao sexo) principalmente O condenado. Isso fica evidente pelas construção de atmosfera de suspense que lembra muito Chinatown e no seus finais trágicos e incisivos de seus filmes assim como nos de Polanski.
O condenado
O filme funciona com uma fabula sobre um ex-condenado recém-saído da prisão que tenta voltar a mundo de crimes com um assalto. Mas ainda traumatizado saí para ação só tudo da errado ele acaba matando um policial, se ferindo e ficando para trás (cena me lembrou o cinema de erro e personagens desajeitados dos Irmãos Coen).
Então ele e seus colegas se tornam vitimas de uma perseguição implacável dos policiais e das próprias pessoas havidas por recompensa em tempos tão difíceis (e assim vão sucumbindo um a um). Enquanto isso ele vaga pela cidade indefeso e muito ferido, tendo que depender de pessoas estranhas. Em quanto sua amada tenta encontra-lo desesperadamente.
O filme levantam questões éticas e morais...você ajudaria um suspeito de assassinato fugitivo, mesmo que estivesse quase morto? Ligaria a policia? O ajudaria sobreviver afinal ele é um ser humano? E a recompensa, já que os tempos não são fáceis?
Enfim filme se alimenta de devaneios do personagem, um roteiro que lhe coloca em contato com personagens interessantes (duas senhoras bondosas, mas que precisam do dinheiro da recompensa; um mendigo; o dono bar; um pintor que quer pinta-lo moribundo ou mesmo morto antes de entregar para policia). O final é trágico e funciona bem, mas o grande momento é clímax onde ele quase morto tem alucinações, enquanto o pintor o desenha em quadro ao mesmo tempo em que discute com um medico e mendigo sobre seu destino como se ele não fosse nada.
um trecho de O condenado:
O terceiro homem
Terceiro homem é um filme de espionagem que passa em Viena pós-guerra (muitos dos seus cenários são escombros) onde um escritor falido de livro policiais e wester vai encontrar um amigo que lhe prometera um emprego. Mas chegando lá esse está morto, então sem dinheiro consegue estadia com desculpa de participar de um fórum de escritores. Mas lá ele se encanta pela ex-mulher de seu colega morto e fica intrigado com circunstancias misteriosas da morte de seu colega. E se envolve uma trama de policial intricada onde nada é o que parece. É um ótimo filme noir com roteiro muito bem cuidado e direção impecável. Vide cena do gato: cujo o dialogo no apartamento se segue de um plano de câmera saindo de dentro do apartamento e indo para rua, mas precisamente em um beco escuro. Na cena seguinte a esse plano não é preciso nem uma palavra para se intender tudo e matar a charada, então falar mais é estragar surpresa. Ah! e tem Orson Welles em papel muito importante para trama.
Outro detalhe é que em ambos filmes os diálogos são rápidos e cheios humor. Melhor momento cômico na minha opinião está em O Terceiro Homem onde escritor de livrinhos policianesco é sabatinado sobre literatura de grande porte (James Joyce e companhia). É uma cena muito critica e hilária.
Trailer do filme O terceiro Homem:
Por: Douglas Ribeiro
Seguindo aki nunca assisti nenhum dos dois, mas como meu pai ama filmes provavelmente já deve ter assistido. Beijos
ResponderExcluir