quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Resenha: O homem da máfia


 Nota: 8,5


Diretor: Andrew Dominik

Elenco: Brad Pitt, Scoot McNairy, Ben Mendelsohn, James Gandolfini, Richard Jenkins, Vincent Curatola, Ray Liotta
               
Sinopse: 'O Homem da Máfia' é baseado no livro homônimo de George Higgins, e acompanha Jackie Cogan (Pitt), um detetive contratado para investigar um assalto a um jogo de pôquer de altas cifras que acontecia sob a proteção da máfia. Jackie terá que desarmar todas as armadilhas colocadas em seu caminho numa corrida contra o tempo para solucionar esse mistério.


500 palavras: É incrível como alguns críticos tem desfigurado completamente o sentido verdadeiro do filme, através de analises que nada condizem com realidade, numa busca em vão por metáforas inexistentes que só existem na cabeça destes (única e exclusivamente para alimentar ego). Logo se algum critico lhe dizer que “Homem da mafia” é exclusivamente um filme sobre recessão econômica, e este basear toda sua resenha só sobre esse tema e resolver comparar este filme com outros filmes excepcionais sobre esse tema como “Margin Call” ou “Trabalho interno” saiba que este está falando besteira e fazendo comparações totalmente sem nexo algum.

Pois é claro que o filme tem como plano de fundo, e faz alusões claríssimas, ao tema da recessão econômica (vide: a cena do assalto na casa aposta onde os criminosos tem que entregar seu dinheiro para os assaltantes enquanto, de fundo na tv, se ouve um discursos sobre os cidadãos que estão perdendo suas economias.) e a eleição que levaria Obama a presidência. Logo essas interções de discursos faz do filme uma obra diretamente liga a esses temas.


Mas o fato é que o filme tem outro foco principal que é o submundo habitado por  pessoas medíocres, gananciosas e frias que caminham no fio da navalha. Esse é tema central do filme, por isso ele  se aproxima muito mais de de qualquer filme dos irmão Coen, Tarantino ou Guy Ritcher do que qualquer outro filme citado acima. No máximo o filme aqui mostra que até esses seres que vivem a margem da sociedade são atingidos ou influenciam na politica americana. Logo o resultado é um filme de gangster com ecos de politicos e não vice-versa.

Enfim o longa tem ritmo muito lento, o que com toda certeza vai desagradar 99% do publico. Mas quem já conhecia o trabalho do cineasta Andrew Dominik (Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Redford) já esperava por isso, e desde já dou graças a Deus por ele não ter abrido a mão do seu estilo particular de filmar e narrar (invés de fazer como muitos simplesmente plagiar outros filmes de gangsters famosos). Dominik dirige o filme com um apuro técnico absurdo e dominio total do seu elenco. Ele cria um clima e estética nosense de pesadelo. Só excede mesmo nos longos diálogos e no ritmo em alguns momentos (vide: a cena do cara chapado é de apuro técnico espetacular, mas se torna cansativo com passar o tempo).

Devido pequenos excessos Dominik não constrói uma obra prima completa, mas passa muito perto disso.

obs: O desfecho é muito satisfatório; O diálogo final no bar é de arrepiar (lembra “A Ultima Noite” do Spike Lee); as cenas de violência de são demasiadamente fortes e plasticamente incríveis (vide: o espancamento, assassinato na chuva e as demais mortes500.
);

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