Nota: 8
Esse filme dirigido por Breno
Silveira (2 Filhos de Francisco, Era uma vez) me confirmou pelo menos 5 coisas
sobre cinema nacional:
Primeira: O povo Brasileiro tem
vergonha de ser quem é. Sempre que o publico brasileiro médio (aquele que nem
gosta muito de cinema, só entra na sala para passar tempo) vai ao cinema e encontra
qualquer coisa parecida com sua vida, já motivo para rir, reclamar ou falar
aquela máxima “Nossa só podia ser filme nacional mesmo”. Enfim não é que cinema
nacional seja ruim ou não comunique com seu publico a questão é: O buraco é
mais em baixo, trata-se de vergonha de ser quem é. O cinema nacional tem muita
qualidade e só esse ano vi pelo menos 5 filmes que tinham de tudo para agradar
até mesmo esse publico dito mediano, ou seja filmes com apelo popular. Exemplo:
“Heleno”, “2 coelhos”, “Xingu”, “Meus Pais”, “Amanha Nunca Mais” e esse a “A
beira do caminho”. Enfim é uma pena que o filme venha tendo tão pouco publico
já que ele tem uma história universal é dirigido e escrito de forma leve,
singela e pop. Tem tudo que pode agradar o grande publico.
Segundo: 2 Filhos de Francisco só
fez sucesso por que conta a história de Zezé de Camargo e Luciano, e não por
que é um filme realmente bom (por que filme é de fato muito bem realizado e
bonito). Uma vez aqui temos o mesmo diretor, um elenco excelente a começar pelo
espetacular João Miguel, um roteiro simples, tocante e muito bem amarrado e
etc.
Terceiro: João Miguel é com toda a
certeza um dos melhores atores em atividade no cinema nacional, pois apesar do
elenco de apoio excelente, incluindo aí o menino que faz papel de Duda
(Vinicius Nascimento) que tem um carisma próprio e se sai muito bem. Mas é
Miguel que tem uma atuação contida, mas espetacular com personagem complexo e
amargo, mas que consegue ainda sim conquistar o publico.
Quarto: Breno Silveira está se
especializando como diretor que faz filmes populares (mesmo esse não tendo o
publico merecido), sobre artistas populares (vide 2 Filhos de Francisco sobre a
dupla sertaneja, esse que baseado nas canções de Roberto Carlos e seu próximo filme
biografia do Luis Gonzaga e seu filho) . Mas com um talento o cineasta consegue
tirar desses temas populares até demais, obras singelas e emocionantes.
Recorrendo a grandes parceiros exemplo não como não elogiar a belíssima fotografia
deste “A Beira do caminho”, a edição eficiente e roteiro que apesar de comum
tem pequenos detalhes que dão grandeza ao filme (vide: a carta que ele escreve
durante o filme).
Quinto: O povão teima em ver os filmes
brasileiros errados e depois saem por aí reclamando que filme nacional é ruim...e
blá blá! Exemplo disso são os filmes citados acima no item 1 com pouco publico
e um tanto de gente lotando cinema para ver filmes medíocres com “Agmenon”, “Pilli
Big” (cujo tinha muitas esperanças), “E aí comeu”, “Muita calma nessa hora”, “Cilada.com”...
Enfim a “A Beira do Caminho” é belíssimo filme
baseado nas musicas do Roberto Carlos, cujo nunca fui muito fã, mas tenho que
dar o braço a torcer suas musicas se encaixam muito bem ao longa e da um
aspecto mas humano e emocional ao filme. Não sei devido à atuação de João
Miguel ou roteiro simples, mas bem amarrado ou a direção segura e emocional, vi
nesse filme a melhor obra do diretor e uma pequena perola do cinema nacional...
Muito bom!
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