Nota: 9
A trama desse terceiro e
derradeiro filme do homem morcego, sobre a batuta do diretor Christopher Nolan,
têm inicio há exatamente oito anos depois dos eventos acontecidos no segundo
filme. Gothan vive de em uma paz aparente, efeito da aprovação de uma lei criada
por Harvey Dent, o duas caras, coroado como herói depois que Batman
assume a culpa pelos seus crimes cometidos no final do longa anterior. Então
com o Batman perseguido pela policia e fora de combate tem inicio o novo filme.
Mas antes de adentrar na trama em
si, Nolan faz questão de revelar seu vilão em uma ótima sequencia de ação que
abre o filme. Bane, o vilão que nos quadrinhos deixou Batman numa cadeira de
rodas depois de uma surra histórica, surge aqui interpretado pelo ator Tom
Hardy (A Origem, Bronson) que o interpreta usando seu porte físico ameaçador,
uma voz distorcida, uma mascara no rosto e uma expressão de controle e poder
(através do olhar).
Depois da introdução que
apresenta o vilão e mostra a que veio, tem inicio a narrativa do filme em si. Nesse
ponto são apresentados pelos menos três novos personagens importantes para
trama à rica Miranda Tate interpretada pela atriz Marion Cotillard (Piaf, A Origem), o policial John Blake no caso o
ator Joseph Gordon-Levitt (A Origem,
500 dias com ela) e Selina Kyle, mulher gato, atriz Anne Hathaway (O diabo veste prada). No caso da personagem da atriz Hathaway a
mulher gato interpretada por ela consegue dar dinamismo ao filme com a personagem
leve, sexy e inteligente. Ela sempre tem ótimas cenas com humor, diálogos
afiados e ação. Enfim apesar dos inúmeros personagens todos servem a sua função
na trama, não deixando praticamente nenhuma subtrama ou personagem perdido no
caminho.
Já o elenco sobre os atores de veteranos
na franquia se tem como de costume a ótimas atuações: Tenente Gordon (Gary
Oldman), Lucius Fox (Morgan Freeman) e Alfred (Michael
Cane), sendo esse ultimo dono das cenas mais pessoais e emocionantes do filme.
E claro Christian Bale que continua com sua grande interpretação do personagem
de forma sutil e inteligente se apoiando no olhar e no tom de voz.
Enfim: O filme é tão bom quanto
antecessor? Sim. Diria que tão bom quanto, claro que por considerações pessoais
ainda prefiro o anterior. Mas esse igualmente brilhante. Se o vilão está altura
dos clássicos vilões do personagem no cinema? Sim. O vilão não é só inteligente
e muito ameaçador, ele tem também uma presença física assustadora.
Grande parte da figura ameaçadora
do vilão Bane (como foi para coringa) é por causa da capacidade única de Nolan
em criar climas de tensão, no longa sempre que Bane aparece vem com ele junto
um coro e uma trilha assustadora que em conjunto com a interpretação e presença
do ator Tom Hardy cria figura assombrosa.
O clima impresso nas cenas de
ação, e cenas que precedem essas, tem um ritmo e uma atmosfera sufocante. Nesse
ponto o filme é brilhante, grande parte pela direção e fotografia realista; e
grande parte devido a trilha sonora espetacular e incessante Hans Zimmer. O longa é realmente muito
eficiente e empolgante, ainda se levado em conta que ele tem um tom épico e
apocalíptico diferente dos filmes anteriores. Nota-se essa arte de criar climas tensos do
diretor em pelo menos duas cenas memoráveis: a cena do estádio onde Nolan usa
somente a voz de uma criança para criar a atmosfera de suspense;e a luta entre Batman e Bane onde se ouve só
socos estourando sem qualquer trilha sonora (cena que não sai da cabeça, muito
fiel ao quadrinhos).
O roteiro, como é recorrente na
filmografia do cineasta, é muito eficiente: cheio de pequenos detalhes que ligam
aos longas antecessores, pistas falsas, pequenos diálogos (que guardam a chave
para solução da trama) e etc. Então temos um filme inteligente, complexo
(dentro do aceitável pelo estúdio para uma produção desse porte), cheio de
tensão, ação, realismo (dentro do possível) e ótimos diálogos. Mas bem distante
do cinema pipoca e simplista já que temos atuações sérias, bastante da natureza
e estrutura psicológica dos personagens (esses bem incomuns em filmes desse
gênero). De fato! Filmaço, um final bacana para trilogia. Um dos melhores
filmes do ano. E claro mais um belo filme para filmografia do diretor que se mantém
intacto até aqui com carreira invejável...
Obs: Muito críticos falaram que o
filme se aproxima do clichê, mas devo dizer que mesmo nesses momentos tudo soa de
forma bastante orgânica e até mesmo justa, uma vez que estamos vendo um fim de
uma trilogia super heróis. Logo mesmo os clichês do filme são honestos e muito
bem conduzidos, o que não causa nenhum constrangimento. Seria um erro diminuir
um filmaço desse, por causa de pequenos detalhes.
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