Resenha: Super 8

NOTA: 9

EUA , 2011 - 112 minutos
Ação / Ficção científica

Direção:
J.J. Abrams

Roteiro:
J.J. Abrams

Elenco:
Joel Courtney, Elle Fanning, Kyle Chandler, Riley Griffiths, Ryan Lee, Joel McKinnon Miller, Noah Emmerich, Glynn Turman, David Gallagher, Ron Eldard

Resenha

Super 8 é melhor aventura da temporada e ponto final. Dirigido pelo cara por trás dos melhores projetos de aventura e ficção dos últimos anos no cinema e tv: J. J. Abrams; E produzido pelo consagrado mestre do cinema pipoca Steven Spielberg. Super 8 é uma aventura nostálgica que remete aos bons tempos do cinema de aventura onde o desenvolvimento dos personagens, na sua maioria adolescentes passando por conflitos e transformações, vinham à frente dos efeitos especiais e explosões. E com essa idéia o filme se torna uma aventura sensível e inteligente como clássicos dos produzidos pelo próprio Spielberg, no final da década de 70 e começo de 80, e outras aventuras clássicas da “sessão da tarde” (Conta Comigo, Garotos Perdidos e etc).
O publico atual pode ficar desapontado uma vez que estão acostumados com ritmo frenético, com o fiapo de história e com os personagens rasos que só existem como desculpa para se ver robôs gigantes na tela se destruindo.
A trama do filme se passa em 1979 em uma cidade industrial de Ohio e acompanha um grupo de seis garotos na faixa dos 14 anos que estão tentando fazer um filme de zumbi com uma câmera Super-8. Eles saem à noite para filmar, e acabam registrando a colisão de um caminhão com um trem de carga - de onde sai algo que definitivamente não é humano. Não tarda para que eles comecem a desconfiar que aqui não fosse um acidente, quando misteriosos desaparecimentos começam a acontecer e o exército tenta encobrir a verdade - algo muito mais terrível do que eles poderiam imaginar.

No começo o filme se apoia nos relacionamento dos seus personagens: demonstrando os laços de amizade e paixão pelo cinema amador (Cinema Trash) que move os garotos da pequena cidade de Ohio, nesse ponto filme parece uma mistura de Conta Comigo com Rebobine, por Favor. O relacionamento de amizade entre os jovens é espontâneo e verdadeiro bem diferente do que estamos acostamos a ver no filão do cinema pipoca ultimamente (mérito do excelente e “super carismático” elenco mirim).
Na cena do acidente de trem temos o primeiro contato com cinema pipoca realmente explosões e efeitos especiais espetaculares jogam pedaços de trem e fogo por toda parte. Daí então filme se divide entre as relações e conflitos dos seus personagens e o clima de mistério começa tomar conta aos poucos. O ataque da criatura remete a outros clássicos do gênero do suspense como Tubarão e Sinais com clima intrigante e sem revelar a criatura. Perto do final as cenas de ação e aventura começam tomar conta do filme. Todas as cenas são muito bem construídas e empolgantes, sempre deixando espaço para desenvolvimento dos personagens e tiradas cômicas na hora certa. O final emocionante pode não funcionar espetacularmente, mas ainda sim consegue ser muito satisfatório.
Mas o fato é que Super 8 é nostálgico na medida certa, tem um enorme paixão pelo cinema e como é de esperar do J. J. Abrams tem muita aventura, mistério e suspense. Filmaço! Tem o melhor do Spieberg (um clima a lá Contatos Emediatos de terceiro Grau, E.T., Gonnies) com pé no suspense J. J. Abrams (Cloverfield, Star Trek e Lost).

Obs: Nos créditos tem o filme produzido pelos garotos do filme. O que é um extra muito divertido e que demonstra toda afeição do diretor pela arte que representa.



Por: Douglas Ribeiro