domingo, 19 de agosto de 2012

600 palavras: A beira do caminho



Nota: 8

Esse filme dirigido por Breno Silveira (2 Filhos de Francisco, Era uma vez) me confirmou pelo menos 5 coisas sobre cinema nacional:

Primeira: O povo Brasileiro tem vergonha de ser quem é. Sempre que o publico brasileiro médio (aquele que nem gosta muito de cinema, só entra na sala para passar tempo) vai ao cinema e encontra qualquer coisa parecida com sua vida, já motivo para rir, reclamar ou falar aquela máxima “Nossa só podia ser filme nacional mesmo”. Enfim não é que cinema nacional seja ruim ou não comunique com seu publico a questão é: O buraco é mais em baixo, trata-se de vergonha de ser quem é. O cinema nacional tem muita qualidade e só esse ano vi pelo menos 5 filmes que tinham de tudo para agradar até mesmo esse publico dito mediano, ou seja filmes com apelo popular. Exemplo: “Heleno”, “2 coelhos”, “Xingu”, “Meus Pais”, “Amanha Nunca Mais” e esse a “A beira do caminho”. Enfim é uma pena que o filme venha tendo tão pouco publico já que ele tem uma história universal é dirigido e escrito de forma leve, singela e pop. Tem tudo que pode agradar o grande publico.

Segundo: 2 Filhos de Francisco só fez sucesso por que conta a história de Zezé de Camargo e Luciano, e não por que é um filme realmente bom (por que filme é de fato muito bem realizado e bonito). Uma vez aqui temos o mesmo diretor, um elenco excelente a começar pelo espetacular João Miguel, um roteiro simples, tocante e muito bem amarrado e etc.

Terceiro: João Miguel é com toda a certeza um dos melhores atores em atividade no cinema nacional, pois apesar do elenco de apoio excelente, incluindo aí o menino que faz papel de Duda (Vinicius Nascimento) que tem um carisma próprio e se sai muito bem. Mas é Miguel que tem uma atuação contida, mas espetacular com personagem complexo e amargo, mas que consegue ainda sim conquistar o publico.

Quarto: Breno Silveira está se especializando como diretor que faz filmes populares (mesmo esse não tendo o publico merecido), sobre artistas populares (vide 2 Filhos de Francisco sobre a dupla sertaneja, esse que baseado nas canções de Roberto Carlos e seu próximo filme biografia do Luis Gonzaga e seu filho) . Mas com um talento o cineasta consegue tirar desses temas populares até demais, obras singelas e emocionantes. Recorrendo a grandes parceiros exemplo não como não elogiar a belíssima fotografia deste “A Beira do caminho”, a edição eficiente e roteiro que apesar de comum tem pequenos detalhes que dão grandeza ao filme (vide: a carta que ele escreve durante o filme).

Quinto: O povão teima em ver os filmes brasileiros errados e depois saem por aí reclamando que filme nacional é ruim...e blá blá! Exemplo disso são os filmes citados acima no item 1 com pouco publico e um tanto de gente lotando cinema para ver filmes medíocres com “Agmenon”, “Pilli Big” (cujo tinha muitas esperanças), “E aí comeu”, “Muita calma nessa hora”, “Cilada.com”...
 
Enfim a “A Beira do Caminho” é belíssimo filme baseado nas musicas do Roberto Carlos, cujo nunca fui muito fã, mas tenho que dar o braço a torcer suas musicas se encaixam muito bem ao longa e da um aspecto mas humano e emocional ao filme. Não sei devido à atuação de João Miguel ou roteiro simples, mas bem amarrado ou a direção segura e emocional, vi nesse filme a melhor obra do diretor e uma pequena perola do cinema nacional... Muito bom!

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