segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Resenha: Moonrise Kingdom



Nota: 9,5
 

Por meses fiquei sem escrever qualquer coisa aqui no blog, principalmente pela falta de tempo, mas agora com o lançamento do novo filme de Wes Anderson (Os excentricos Tenembaus e Rushomore) não tive como me ausentar e vim aqui discorrer um pouco sobre a experiência que foi assistir  no cinema essa pequena pérola cheia de melancolia,  doçura e humor.

Antes de qualquer descrição ou analise do filme devo deixar claro que admiro, e muito o trabalho de Anderson que para mim é um dos cinco maiores cineasta dessa geração, logo a identificação com o jeito nada convencional do longa foi imediato. Já se você não conhece o trabalho do cineasta provavelmente deve estranhar (mas garanto que vale a pena se arriscar) e se você não gosta ou acha o cinema de Anderson afetado é melhor nem passar perto. Pois como já foi “cantado” por outros críticos esse é o filme mais característico Wes Anderson, nele todos seus tiques e manias parecem saltar ainda mais na tela, mas isso não é nem de longe um problema uma vez que esse filme é o que melhor se justifica essas suas particularidades visuais e narrativas.

O filme se situa em uma ilha pequena no ano de 1965, onde mora Suzy Bishop de 12 anos (brilhantemente interpretada pela novata Kara Hayward), ela vive com seus pais interpretados por Bill Murray (homem infeliz e pai omisso) e Frances McDormand (mãe autoritária, para se ter uma ideia chama os filhos para café da manha usando um megafone). Enquanto isso em pequeno acampamento (Ivanhoé) de escoteiros: o jovem Sam Shakusky de também 12 anos (o novato Jared Gilman, também muito bem) foge levando a loucura o chefe dos escoteiros (Edward Norton, no seu melhor papel em anos) e policial vivido por Bruce Willis (se adequando muito bem a trupe de Anderson). Logo não demora para que Susy também desapareça, e todos descubram que Susy e Sam trocavam cartas em segredo e fugiram juntos. A partir daí todos adultos e os outros escoteiros partem em uma busca atrás dos dois. 

Nesse momento Wes Anderson faz o que sabe fazer de melhor cria cenas emblemáticas, singelas e engraçadas que mostram a dinâmica e o surgimento do amor (e amadurecimento) de seus personagens os jovens Sam e Susy  (Cena desde já clássica onde dançam na praia, o primeiro beijo que seguido de uma cuspida de Sam que garante para Susy que cuspiu por tinha entrado areia na sua boca e etc). E enquanto isso os adultos tem que lhe dar com seus problemas e dilemas interiores o que rende ótimas cenas.

Não vou discorrer mais para não estragar as surpresas ou me perder em leituras sobre os simbolismos contidos no filme, uma vez que isso é definitivamente pessoal...Então o que fica é a brilhante trilha sonora, os mil e um detalhes visuais a ser percebidos a cada vez que filme é visto e revisto, o humor “hora meio negro, hora lúdico e sensível”, o tom de fábula, as referencia ao cinema e a cultura pop (o cachorro que chama Snoopy e nome do acampamento que o nome de clássico do cinema), os figurinos peculiares, os personagens complexamente construídos e melancólicos (deve aqui também ressaltar os ótimos personagens coadjuvantes interpretados por grandes atores como Tilda Swinton, Jason Schwartzman, Bob Balaban e Harvey Keitel), a trilha sonora brilhante e etc. Filmaço, provavelmente um dos melhores do ano!


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