segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Resenha: As vantagens de ser invisível

Nota: 9


“As vantagens de ser invisível” é um filme de amadurecimento cheio de sensibilidade e inteligencia como a tempo não se via. O longa está para essa geração assim como “Quase Famosos”, “Primeira Noite de homem” estiveram para outras gerações. No filme Charlie (Logan Lerman, Percy Jackson e o Ladrão de Raios) é um garoto de 15 anos que se recupera de uma depressão e a perda de seu melhor amigo. Então começa escrever  cartas sobre a sua vida e suas novas experiências na sua nova escola.

No primeiro dia totalmente isolado e tímido só consegue criar uma relação de amizade, movida pelo gosto pela leitura, com seu professor de literatura (interpretado por Paul Rudd). Sua vida começa mudar mesmo a partir do dia que conhece Patrick (Ezra Miller, Precisamos Falar sobre o Kevin) um veterano de espírito libertário e desajustado, o que acaba chamando a atenção de Charlie. Então com esses novos amigos, incluindo a bela Sam (Emma Watson, Harry Potter) por quem não demora se apaixonar, sua vida começa a ganhar mais intensidade e graça. Enfim um filme que tem uma narrativa comum com aquele esquema de jovem distante e cheio de problemas que ao conhecer novos amigos começa experimentar uma nova vida, na mão de outro diretor tudo poderia suar clichê (e de fato é) mas na forma em que tudo é construído aqui, o filme ganha vida e sentimento de verdade. O diretor aqui é Stephen Chbosky o próprio autor do livro em que filme é baseado, talvez por isso ele tenha tanto cuidado com os personagens, com a captação do espírito daquela época (o filme se passa nos anos 80) e com as emoções que  filme tenta transmitir. 



O filme tem um direção contida e não intrusiva que da liberdade aos atores. Que por sua vez se saem muito bem, principalmente Ezra Miller que cria um personagem cheio de vida e cativante (me lembra muito Dean Marioty do "Na Estrada", cujo o livro claramente inspirou o autor na criação da narrativa. Tanto que Charlie lê o livro durante o filme) Provavelmente Miller virá se tornar um dos grandes nomes desta novíssima geração que vem surgindo agora. Logan Lerman também se demonstra um ótimo ator com personagem de poucos atos, mas de muito carisma. Enquanto Emma Watson mostra uma expressão forte e muita energia, uma vontade enorme de se distanciar da sua personagem da saga do bruxinho, ela está encantadora e linda no filme.

Voltando a direção é importante citar que o diretor evita qualquer cena mais forte ou chocante,  as vezes usando o recurso do personagem central desmaiar ou apenas não revelando com todas as letras o grande mistério do filme. O que deixa o filme mais leve, e ainda mais inteligente. Afinal muitas vezes em outros filmes ficamos marcados por cenas devido sua violência e impacto gratuitos, e esquecemos de pequenos momentos onde estão a verdadeira força do filme.


Outro ponto de grande importância, que deixa o filme ainda mais delicioso, é a inserção de cultura pop seja pelos livros que Charlie faz resumo para seu professor, pelo culto a “The Rock Pictures Show” e pelas gravações de musicas nas fitas k7. E principalmente na brilhante trilha sonora do filme cheia de perolas de bandas como The Smith, The Samples, New Order, David Bowie e etc.


Vá no cinema e veja! Entre tantos filmes medíocres e mais do mesmo, principalmente para o publico adolescente, “As vantagens de ser invisível” é uma ótima pedida para quem quer se emocionar e ver algo inteligente.

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