Agora em 2012 Los Hermanos
comemora 15 anos, e em comemoração a essa data a trupe de barbudos se reuniram novamente,
afinal haviam parado com as atividades da banda em 2007 para cuidarem de
projetos solos fazendo nesse período apenas algumas raras apresentações avulsas,
para uma Turnê de 2 meses em diversas capitais do pais. Entre essas capitais, inclui-se
aqui em Belo Horizonte onde estou morando agora. O texto a seguir é uma mistura
de resenha do show apresentado dia 29 de abril aqui em BH e uma crônica sobre a
relevância e importância da banda no cenário musical brasileiro.
Da banda
Los Hermanos é a banda símbolo de
toda uma geração. Los Hermanos é talvez a banda mais importante da ultima década
no rock e pop nacional. Mas ainda sim Los Hermanos é uma banda subestimada,
pelo menos pelo grande publico (que prefere o mais do mesmo e os jabás da radio.
Mas isso é outra discussão). Enfim todas essas afirmações são incontestáveis, mesmo
aqueles mais radicais que vivem de um único gênero ou os saudosistas exagerados
e afins, tendem pelo menos respeitar a importância e qualidade do quarteto
carioca (se estes entenderem pelo menos um pouco de musica e não forem só fachada).
Ok, é compreensível certo receito
de muitos em a dar uma chance aos Hermanos. Afinal, dar uma chance inicial a
uma banda que surgiu no enfadonho programa da Xuxa e que teve, uma boa musica
que diga de passagem, esgotada e tocada incansavelmente na radio e engolida
pela mídia. Afinal qualquer um que goste de boa musica sabe que melhor fugir de
sucessos de verão sempre que possível. Mas aqueles que deram uma chance maior
tiveram o privilegio de ouvir musicas divertidas e criativas como “Piorrot”,”Quem
Sabe” e muito mais ainda nesse primeiro cd da banda. E principalmente puderam
conhecer álbuns tão espetaculares e coesos (e diferentes entre si) como “Bloco
do eu sozinho” e “Ventura” ambos que hoje figuram qualquer lista que exista, ou
venha existir, entre um dos melhores álbuns da musica brasileira. Além do ainda
fenomenal , e subestimado, “4”.
Enfim com letras muito acima da media,
talvez melhores desde a década de 80 (Cazuza e Renato Russo e só) e 70, cheias
de sentimento, poesia, brincadeiras, temas incomuns como relação pais e filhos
(Um Par), gerações (Velho e o moço), amor na terceira idade (Ultimo Romance),
etc. Letras essas que se tornaram hinos e a voz de uma geração, pregando
simplicidade, amor, existencialismo e poesia. Qualidade musical e instrumental indiscutível
misturando estilos dos mais diversificados, passando por: valsas, boleros,
marchinhas de carnaval, hardcore, rock’n roll, ska, samba, jazz e muito mais; tudo
isso com unidade e inventividade assustadora.
Logo nada mais justo que Los
Hermanos seja de fato reconhecida como a banda mais importante da sua época.
Afinal, hinos como “Cara Estranho”, “Todo Carnaval tem seu fim”, ”Ultimo
Romance”, “Velho e o Moço” e “O Vencedor” ultrapassaram a barreira entre ser
musicas boas e inteligentes para se confundirem com a vida e forma de pensar de
muitas pessoas. Inclui-se aí eu, que não só me identifiquei com essas musicas,
mas como reformulei em muito minha personalidade cultural, pessoal e artística em
unidade com essas musicas e a banda.
Para mim Los Hermanos está para essa
geração em relação a musica assim como “Clube da luta”, “Rushmore”, “Brilho
eterno de uma mente sem lembrança” está para cinema. Mais do que apenas arte
bem feita, mas obras capazes definir alma de toda uma geração.
O Show em BH 29/05
As impressões que tive do show apresentado
na capital mineira dia 29/05 foi que a banda parece ter posto de lado qualquer
diferença, se é que essas de fatos existiram, e demonstraram uma unidade e
complexidade como no começo de carreira (Pois é já havia assistido um show
deles na minha cidade Patrocinio em 1999 e na época os coitados sofreram tentando tocar
para um bando que só queria ouvir “Ana Julia”). O clima de brincadeira e
festividade seguiu o show inteiro desde o começo climático com um dos grandes
sucessos da banda “O Vencedor” e passando por perolas como “O Vento”, “Conversa
de Botas Batidas”, “Velho e moço”, etc.
No final fiquei com sensação que
o show foi muito mais rock’n roll e estridente do que eu pensava ou já havia
visto em apresentações gravadas. Entre guitarras barulhentas com hiffs e
acordes ainda mais pegados, um Amarante surtado dançando suas danças esquisitas
e correndo no meio do publico, Camelo e restante da banda mostrando o por que
de tanto reconhecimento e por aí vai. Showzaço!
Na verdade o show foi uma reunião
de fãs brindada com um espetáculo musical de energia e sonoridade inigualável.
Todos cantavam juntos cada pedaço das musicas, vibravam a cada acorde. Foi um
agradecimento multo: entre o publico mostrando toda a gratidão pelo prazer de
ter conhecido e ouvido canções e discos como os citados acima; e banda que
presenteou tanta fidelidade com um show vibrante e empolgante.
Muito bom de verdade! No mais é
história. Só vendo e ouvindo para crer. Se não tiver oportunidade, de pelo
menos de uma chance para seus ouvidos e coração. Compre, ou baixe, rápido a
discografia da banda. E descubra, ou redescubra, o por que Los Hermanos é a
banda mais criativa e espetacular que surgiu no Brasil nas ultimas décadas.
Obs:
- Ainda teve como cereja do bolo apresentação de uma musica nova.
- Confira carreira da banda na descolada pagina sobre os Hermanos no G1: http://g1.globo.com/platb/los-hermanos-15-anos
- Se você perdeu todos os shows, vai aí uma oportunidade muito boa. A apresentação do dia 31/05 em São Paulo vai ser transmitida ao vivo nos cinemas de muitas capitais, veja noticia, os horários, os locais e preços no link: http://www.diariodepernambuco.com.br/viver/nota.asp?materia=20120520161556
Sobre o Autor:
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Douglas Ribeiro
Desde 1999 quando tive uma iluminação cultural comecei a levar devidamente a sério, e estudar, sobre cinema, quadrinhos, litaratura, musica e etc. Hoje sou membro fundador (editor) do uvarau. Trabalho como Web design para empresa Plansis em BH(blog pessoal com portifolio). E nas horas vagas sou cineasta amador, o co-criador, da Parangolet Pictures
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