domingo, 19 de fevereiro de 2012

Resenha: A Invenção de Hugo Cabret



Por: Douglas Ribeiro
Nota: 8,5

Sinópse: Ambientado na Paris da década de 1930, o filme mostra um órfão que vive nas ruas próximas à estação de trem e é envolvido em um mistério que envolve seu falecido pai e um robô.
Ficha técnica:
Diretor: Martin Scorsese
Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Emily Mortimer, Christopher Lee, Helen McCrory, Michael Stuhlbarg, Frances de la Tour
Produção: Johnny Depp, Tim Headington, Graham King, Martin Scorsese
Roteiro: John Logan
Fotografia: Robert Richardson
Trilha Sonora: Howard Shore
Duração: 126 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: GK Films
Classificação: Livre

O que dizer de Martin Scorsese (Taxi Driver, Touro Indomavel, Bons Companheiros, Infiltrados e muito mais) o diretor é um dos únicos dos grandes cineastas a ter uma carreira irretocável, sem qualquer deslize. O pior de Scorsese é ápice de muitos cineastas.

A Invenção de Hugo Cabret é estréia do veterano no mundo do cinema “infanto juvenil” (pelo menos em teoria) e no cinema 3D. Na verdade o filme como diz o próprio diretor é sua homenagem particular a arte do cinema, o filme é carregado de nostalgia, mensagens e citações que somente os verdadeiros cinéfilos vão entender. Para isso o diretor e seu companheiro o designer de produção Dante Ferretti recriam uma Paris mágica cheia de cores e beleza única. 

A tecnicamente o filme é de uma perfeição gritante em todos os aspectos: cenários, efeitos especiais, figurinos, atuações, edição, fotografia e direção. Tudo de uma sofisticação notável. Embora alguns dizerem que execução excede a essência devo advertir que embora isso pareça ser um pouco verdade pelo filme ser um pouco “formulaico” demais. Mas como seu colega de gênero (no caso homenagem ao cinema) e concorrente de Oscar: apesar do roteiro seguir uma formula, que parecer ser clichê e sem novidade, isso ocorre devido a homenagem pretendida. Enfim o pode distanciar um pouco o publico pois o filme é um filme sobre cinema, para quem gosta de cinema (principalmente para quem se preocupa com arte). E para mim incontestável que o filme funciona maravilhosamente tanto tecnicamente e emocionalmente pelo menos para aqueles que são amantes de cinema e principalmente para aqueles que já ouviram falar sobre o primórdios dessa arte (vide: D. W. Griffith, Georges Méliès, Buster Keaton, Chaplin e companhia).

É certo que muitos personagens secundários não empolgam tanto, algumas situações pareçam datadas de mais e manjadas, algumas resoluções sejam óbvias. Mas como já citei acima todos esses personagens e situações são clichês propositalmente numa forma de remeter ao cinema inocente e sensível da época em que se quer homenagear (assim como em O Artista que também é previsível nesse sentido). Não vou julgar atuações separadamente afinal estão todos bem. Mas tenho deixar claro que assim como a surpresa (o segredo) do filme, ver uma obra como essa do mestre Scorsese pagando tributo às origens do cinema é privilégio e tanto. 

Existe muito mais quero dizer, mas não quero delongar mais. Só quero por fim deixar claro que o filme justifica suas 11 indicações com méritos afinal como já cansou de dizer aqui na resenha tecnicamente o filme é genial. Uma bela homenagem ao cinema e “ponto final”.  

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