quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

VAI PRO LIXO! Os Piores Discos de 2011...


Por Marcelo Lopes Vieira*



Bom, no embalo da lista feita pelo Douglas dos melhores discos de 2011, eu também fiz a minha lista nos comentários da postagem dele (que pode ser acessada aqui) e que se repete no fim desta postagem com apenas uma pequena alteração. Porém, como nós temos a tendencia de esquecer aquilo que não gostamos, com certeza você não deve se lembrar dos discos que ouviu e não gostou nem um pouco. É igual aos shows. Ninguém comenta dos shows ruins que já foi, só relembra daqueles em que tudo foi mágico. Pra rememorar tudo aquilo que não foi assim tão grandioso no  mercado fonográfico vou fazer a minha lista de piores álbuns do ano, mas com certos critérios. Você não irá encontrar aqui discos de bandas ou artistas que eu não goste de nada. Pois seria muito fácil bombardear Born This Way da tenebrosa Lady Gaga, sendo que não gosto do trabalho dela. Seria incoerente de minha parte, pois acredito que nunca teria condições de criar algo que chegasse a ser mediano. Se acha que algum lançamento foi esquecido comente e me lembre, mas a minha lista neste momento é a descrita abaixo.

OS PIORES DISCOS DE 2011

1. Metallica & Lou Reed: Lulu. Este álbum era largamente aguardado pela parceria inusitada entre o Metallica, ícone máximo do metal americano e uma das últimas grandes bandas do rock e Lou Reed, cantor americano com álbuns de sucesso (vide Transformer, Berlin e New York) e ex-membro de uma das bandas mais originais e influentes do rock produzido nas terras do Tio Sam, o Velvet Underground. Criaram um disco difícil de ouvir. Onde várias audições serão necessárias para compreender a mistura de rock avant-gard de Lou Reed com a fúria metaleira do Metallica saturada por muito spoken word. Não é Metallica, não é Lou Reed. Já achei bom, e com mais audições este álbum se tornou péssimo. Nada que se compare ao que estes dois ícones do rock já fizeram eu suas carreiras

2. Red Hot Chilli Peppers: I'm With You: As características da banda foram mantidas neste álbum como fica evidente na faixa Factory Of Faith, um dos destaques do álbum. Brendan's Death Song é uma bela canção, intimista e mais emocional, mas sem brilho, como todo o álbum que parece burocrático e feito pra cumprir contrato. Repetiram a fórmula de outros álbuns e parece até uma colagem de outras canções. Pode-se ouvir um pedaço de Danny California aqui, By The Way acolá, uma passagem que você já ouviu em Blood Sugar Sex Magik e um clima que foi anunciado no noticiário musical na época de lançamento do grande Californication. Os fãs podem até discordar de mim, mas pela segunda vez a banda mostra que apesar de Frusciante não ser um grande guitarrista, faz muita falta na banda. Josh Klinghoffer  não se saiu bem e aqui conseguiu ser apagado e sem inspiração.

3. Nickelback: Here And Now. Não, o álbum não é ruim e está mais próximo do grande Silver Side Up que o álbum anterior Dark Horse. Mas o Nickelback pode mais do que isso, muito mais. Por este motivo e pelas canções pasteurizadas e sem feeling do álbum eles figuram aqui. Talvez seja o melhor disco da lista e cria expectativa para o próximo álbum. Um pouco mais de sentimento nas músicas e teremos um grande álbum do Nickelback novamente.




4. Blink 182: Neighboorhood. Senhores com mais de trinta anos tocando o mesmo som que faziam com dezesseis é legal para bandas punk de verdade do fim dos anos 70, para as bandas dos anos 80 é até cômico, mas nesse caso é trágico. O som continua o mesmo, sem traços de potencial para ao menos um single. Só podemos apontar que o som está um pouco mais pesado e a banda tenta fazer um cover de si mesmo. Passe longe!




5. Jane's Addiction: The Last Escape Artist. A irregularidade de seus apenas quatro álbuns é bem conhecida no mundo do rock e a banda seria uma versão rock alternativo do Roxy Music. Este álbum, vem com sonoridade densa e carregada apesar da forte carga de overdubs no vocal de Perry Farrel e certa carga eletrônica em algumas músicas, mas a qualidade não é homogênea em todo o disco com momentos mais pop aqui e ali fazendo a mistura de muitas diferenças não dar certo. Destaques para Underground, End To Lies, Twisted Tales e a melhor faixa do álbum Splash A Little Water On It, mas falta muita inspiração.


6. Limp Bizkit: Gold Cobra. Fred Durst já não é mais o mesmo do início dos anos 2000. Mas, aquela banda já não existe mais, as canções estão sem estrutura, com o vocal e as guitarras em direções diferentes. Muitas faixas são dispensáveis como Bring It Back e outras que são apenas uma sombra de grandes músicas antigas do grupo, mas pergunto novamente: qual banda em sã consciência coloca uma faixa como Loser em um disco? 


7. Morbid AngelIllud Divinum Insanus. A maior banda de Death Metal do mundo lança um disco controverso e com inserções de batidas eletrônicas. Logo no lançamento o álbum  causou polêmica dentre os fãs. O álbum é equilibrado. De um lado da balança temos batidas industriais e eletrônicas, do outro lado, músicas com a tradicional violência, mas sem brilho. Em ambas as partes desta balança as músicas são burocráticas e sem a inspiração que se espera de uma banda tão clássica. Depois deste álbum o reinado do Morbid Angel no mundo Death Metal esta ameaçado pelos brasileiros do Krisiun que de influencidos passarão a influenciadores dos pais do metal da morte. 


8. Hammerfall: InfectIrregularidade. Esta é a palavra que define a recente fase do Hammerfall. Uma banda que fazia um Heavy Metal de dar orgulho aos headbangers. Após as saídas do guitarrista Stefan Elmgreen e do baixista Magnus Rosen a engrenagem da banda emperrou e se tornaram uma banda abaixo da média. Músicas repetitivas e chatas com letras até certo ponto infantis tornam as músicas de difícil audição.





9.  Superheavy: Superheavy. A maior decepção do ano! Um super time, formado por grandes nomes da música pop mundial se uniram em torno do nome que pode ser traduzido como peso-pesado e que tomaram um nocaute após um cruzado de direita da falta de inspiração. O conceito de pop multicultural não deu certo. Parece que queriam dar uma lição de antropologia cultural em forma de música. Virou piada! Uma pena, pois se tivesse tentado compor um disco de pop para as massas poderiam estar na lista de melhores do ano com certeza.



10. Gal Costa: Recanto. Admiro o artista com anos de carreira sólida e que tenta se inovar e sair do status quo de sua zona de conforto. Mas tudo tem um limite, e na música o limite é o bom gosto. Com certeza, 2011 não foi um bom ano para parcerias e não foi diferente na maior parceria da música brasileira no ano passado. Gal Costa interpretou músicas de Caetano Veloso numa roupagem dubstep que não deu liga. Tem até pancadão (Miami Maculelê) no álbum que claramente não se preocupa em ter beleza, mas ser inivador. Caetano Veloso já provou várias vezes estar à frente de seu tempo, mas desta vez deu um passo tão grande que pouca gente entendeu.


Minha Lista de Melhores do Ano

1. Adele: 21 ---> Melhor do ano disparado!

2. The Decemberists: The King Is Dead --->Country e um tempero de The Smiths resulta numa espécie de Harvest de Neil Young dos tempos modernos.

3. Machine Head: Unto The Locust ----> Thrash Metal old school. 

4. Dionne Broomfield: Good For The Soul ---> Amy Winehouse se foi, mas treinou bem sua sucessora.

5. The Roots: Undun ---> Parece contraditório, mas o Hip Hop mostra ter muita classe neste disco.

6. Krisiun: The Great Execution ---> O melhor álbum de Death Metal em anos.

7. Florence + The Machine: Ceremonials ---> O álbum que rivaliza com 21 de Adele. 

8. Foo Fighters: Wasting Light ---> Dave Ghrol mostra que Cobain estava enganado ao subestimá-lo no Nirvana. 

9. Edguy: The Age Of Joker ---> Saudades de quando o Heavy Metal era pra ser divertido e com alma? Então este é o álbum!

10. Ghost: Opus Eponymous  ---> Heavy Metal malvado e obscuro como o Black Sabbath já fez um dia.

11. Chickenfoot: III ---> Mostrando para as novas gerações que o rock n' roll é festa e diversão!

12. Nightwish: Imaginaerum ---> Após ouvir este álbum só pude pensar: Que é mesmo Tarja Turunen? 

13. The Devil's Blood : The Thousandfold Epicentre ---> Hard Rock Setentista e psicodelia sessentista num tema lírico que lembra que o rock pode ser malvado!

14. Cake: Showroom Of Compassion ---> Não existe um disco ruim na discografia deste grupo e aqui não é diferente, belo álbum e maturidade nas composições.

15. Tom Waits: Bad As Me ----> Já foi dito todo o necessário sobre este álbum no post acima, só me arrisco a dizer que Waits é o Frank Zappa da nova geração!


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