quinta-feira, 7 de abril de 2011

Falando nisso: Diretores brasileiros na gringolândia

Aproveitando o lançamento de “Rio” a nova animação internacional do animador e diretor Carlos Saldanha resolvi fazer uma lista com os filmes que foram, estão ou vão ser rodados recentemente por cineastas brasileiros no mercado internacional.


José Padilha


Fora do país: José Padilha é cineasta por trás dos excelentes: Tropa de Elite 1 e 2; além dos documentários: Fome e Ônibus 174. Depois da apresentação do espetacular Tropa de Elite 2 no festival de Sundance Padilha foi contratado pela MGM (que tenta reerguer o estúdio trazendo de volta os seus principais projetos: O Hobit, 007 e Robocop) para dirigir o a remake do filme do Robocop. Antes de Padilha o diretor para o projeto era ninguém menos que Darren Aronofsky (Cisne Negro e PI), como o estúdio queria um grande diretor de renome internacional que conseguisse recriar personagem a escolha foi José Padilha. Devido o seu estilo de cineasta politizado, domínio de atores e seu estilo semi-documental. Em minha opinião a escolha foi super acertada, pois Padilha com seu estilo hiper-realista pode conseguir criar um grande filme com seriedade e inteligência que personagem necessita. E só pensar a ultima vez que fizeram filmes ficção com estila realista “Filhos da Esperança” e “A origem”.

Quando volta: Assim que voltar Padilha pretende filmar o já lendário Nunca antes na História deste País o filme conta com uma história que se passa em Brasília, durante os anos do Mensalão. O filme já havia sido contemplado pelo BNDES com verba para realização do projeto. Ou seja, depois de Robocop provavelmente Padilha voltará com tudo para atazanar os políticos lá Brasília (o que é sempre bom!).

Fernando Meirelles


Fora do país: Fernado Meirelles já não é iniciante no mercado internacional ele já fez o excelente e premiado Jardineiro Fiel (oscar de melhor atriz para Rachel Weisz) e o subestimado Ensaio sobre a cegueira. Aqui no Brasil ele já havia feito um dos melhores filmes nacionais da década passada Cidade Deus e bom Domesticas o filme. O cara teve a moral de recusar um filme 007, trabalho com Brad Pitt e recentemente o filme sobre a vida Janis Joplin para tocar os seus próprios projetos. Por exemplo: entre um filme e outro no exterior fez uma das melhores séries da TV brasileira Som e Fúria (que remake de uma série canadense), trouxe a produção do Ensaio sobre a cegueira para filmar em são Paulo para dar oportunidade a profissionais brasileiros, etc.

Seu próximo filme é 360, baseado na homônima peça Ronda, do dramaturgo austríaco Artur Schitzler (1987). A peça controversa já teve varias adaptações para cinema, a mais conhecida versão é Conflitos de Amor do diretor Max Ophuls. O filme tem coprodução da BBC e tem o roteiro do excepcional Peter Morgan (A rainha e Frost/Nixon).

O longa vai mostrar diversas histórias envolvendo amor e a infidelidade cada uma em paises ou locais de diferentes. O filme será falado em diversos idiomas e terá montagem no estilo de esquetes teatrais (como pequenos curtas). Maioria do filme se passará dentro de apartamentos e locais fechados. Segundo Meirelles é filme para atores onde força do filme estará na atuação do seu elenco. Algo bem diferente do que tem feito o filme é simples sem grandes acontecimentos (como crime, conspiração ou elementos surreais). No elenco estão Maria Flor, Anthony Hopkins, Jude Law, Rachel Weisz, Ben Foster, Juliano Cazarré (Brasileiro) até então.



Quando volta: Pretende voltar para dirigir um sonho antigo dele a versão cinematográfica do clássico da literatura “Grandes Sertões: veredas” do genial escritor Guimarães Rosa. O roteiro esta sobre responsabilidade de Bráulio Montovani autor dos roteiros de Cidade de Deus, Tropa de Elite 2 e Vips.


Walter Salles




Fora do país: Walter Salles despensa apresentações são dele: Terra Estrangeira, O primeiro Dia, Central do Brasil, Abril despedaçado e Linha de Passe. No mercado internacional fez o espetacular Diário de Motocicleta. Já no mercado americano sua estréia foi traumática com fraca refilmagem de terror japonês Água Negra (explicação o diretor queria um filme com tom drama e estúdio um suspense sem cérebro. Resultado um filme que fica no meio do caminho). Moral da história Walter Salles é um dos melhores diretores do Brasil tirando Água Negra não vi nenhum filme dele que seja menos que excelente. Lógico que alguns de seus filmes se não são tão geniais quanto outros, mas mesmo os menores são superiores a muitos filmes feitos por aí.

Seu próximo filme falado em inglês será On the Road, adaptação ao cinema do livro de Jack Kerouac Pé na Estrada. O romance de 1957 conta a história de Sal Paradise (Sam Riley), sujeito comum que vive em Nova Jersey e que conhece um alucinante andarilho de Denver, Dean Moriarty (Garrett Hedlund). A personalidade magnética do recém-chegado conquista Sal e juntos ele partem para conhecer os Estados Unidos numa jornada de autoconhecimento.

Kristen Stewart faz Marylou, a esposa de Dean. Kirsten Dunst, Amy Adams, Viggo Mortensen, Alice Braga e Tom Sturridge também estão no elenco.

Jose Rivera, o roteirista de Diários de Motocicleta, adaptou o texto. As filmagens aconteceram em estradas dos Estados Unidos, Canadá e México. O projeto internacional tem participação da Videofilmes de Salles, da American Zoetrope de Francis Ford Coppola.

Quando volta: Sem previsão.


Andrucha Waddington



Fora do país: Andrucha Waddington diretor dos filmes Eu, tu, eles e Casa de Areia. Lançou no mês passado uma produção feita na Europa e falada em espanhol chama Lope. O filme é história do poeta, dramaturgo e mulherengo Félix Lope de Vega (1562-1635). O Filme tem um roteiro suave algo meio no estilo do filme francês História de Moliere. Mas ao contrario do irmão francês o filme tem um reconstituição de época e fotografia mais suja e realista. E talvez por conta do diretor brasileiro que havia feito somente filmes com tom mais fortes o clima seja mais pesado com pé no drama. O filme ganha um clima carregado que faz contra ponto ao roteiro simples e suave. O que causa um resultado diferenciado para produção.


Quando volta: sem previsão.


Vicente Amorim




Fora do país: Vincente Amorim é diretor do bom Caminho do Paraíso (com Wagner Moura, aquele filme da família que cruza Brasil de bicicleta em busca e uma oportunidade digna).
No mercado internacional ele dirigiu o bom filme: Um homem bom com ator Viggo Mortensen. O filme é um excelente drama intimista passado no período da segunda guerra mundial. Onde Viggo faz o personagem titulo que começa a se misturar com nazistas e com isso passa por em cheque a sua ética, hombridade e sua própria humanidade.





Quando volta: A volta já está acontecendo com seu próximo filme Corações Sujos (mas falado em japonês), baseado no best-seller de Fernando Morais, que será lançado no dia 28 de outubro.O livro, é uma grande reportagem sobre uma sociedade secreta que se formou no interior de São Paulo ao final da II GM – à época, 80% da colônia japonesa do Brasil insistia em não acreditar na derrota. Quem não aceitasse a vitória japonesa, “deixa de ser japonês e tem o coração sujo” – aí o nome do livro. Era perseguido, e até assassinado. Foi assim que começou uma nova guerra, agora dentro da colônia. O livro fala mais da milícia, chamada Shindô Renmei, e o filme foca nos confrontos.

O fato é que, entre os personagens principais, apenas dois são brasileiros – vividos por Eduardo Moscovis e André Frateschi. Todos os demais são japoneses. Amorim queria que as falas fossem em japonês, então os atores deveriam ser nativos. Mas como conseguir um elenco japonês aqui do Brasil? O diretor disse que assistiu a mais de 50 filmes sem legenda, além de programas de TV contemporâneos daquele país. Assim, conseguiu eleger alguns atores – mas precisava testá-los. Sem verba para ir para o Japão, conclamou os interessados pelo Skype – e assim fez o teste, online. Parece que deu certo: conseguiu atores famosos, de apelo comercial, que podem render boa bilheteria japonesa. Alguns exemplos: Tsuyoshi Ihara (Cartas de Iwo-Jima), Takako Tokiwa (famosa atriz de TV), Eiji Okuda (diretor de teatro e cinema, já ganhou 10 prêmios internacionais), Shun Sugata (O último samurai e Kill Bill), Kimiko Yo (A partida), entre outros.

Heitor Dhalia



Fora do país: Heitor Dhalia é um dos melhores diretores brasileiros da atualidade são dele: o estilizado Nina (vide a inserção de animação nas cenas de violência do filme), do genial e underground Cheiro do Ralo, além do singelo e muito bom A deriva. Agora se prepara para seu primeiro filme fora do país: o thriller Gone. A trama do filme conta história de Jill Parrish (Amanda Seyfried – A Garota da Capa Vermelha e Cartas para Julieta) que volta para casa depois de ter trabalhado até mais tarde e encontra a cama de sua irmã vazia. Ela acredita que o mesmo sequestrador que a raptou há dois anos voltou para concluir o serviço. Como a polícia não compra a versão de Jill, ela parte sozinha para encontrar a irmã. O roteiro é de Allison Burnett (Fama, Sem Vestígios). A produção da Summit começa a ser rodada em abril.
Apesar de o roteiro parecer simples da para acreditar no longa devido a qualidade do diretor. Tomará que não venha um novo Água Negra (referencia a estréia Walter Salles no cinema americano).



Quando volta: Depois da experiência internacional Dália pretende filmar o épico Serra Pelada, o qual Wagner Moura será o protagonista. Segundo Dhalia: “Será uma grande aventura, temos uma pesquisa imensa. Escrevendo o roteiro, entrei naquela realidade que não conhecia. É filme brasileiro com cara de Brasil", define e arrisca que esse será o próximo grande filme nacional. As filmagens do drama de dois personagens no garimpo, orçado em R$ 12 milhões.

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